ARTIGO CIENTÍFICO: Inteligência artificial no campo da educação
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO CAMPO DA EDUCAÇÃO: OBSTÁCULOS E PERSPECTIVAS
No século XX, em meados de 1956 o termo Inteligência artificial (IA) foi inicialmente desenvolvido pelo pesquisador John McCarthy. Similar a inteligência humana é construída por sistemas de softwares, com o objetivo de exercer capacidades humanas, como o modo de pensar e solucionar problemas. A inteligência artificial é correlacionada a robôs, como a Alexa, a assistente virtual por voz da Amazon que possibilita recursos de interação em outros dispositivos inteligentes. Vieira Pinto (2005) esclarece como se pode conceituar a Inteligência artificial:
O emprego do conceito “pensamento” em relação às máquinas é habitual na literatura cibernética, mas não passa de um modo impressionista de falar, nada mais [...]. A noção de pensamento pode vir a tornar-se uma designação corrente em relação às máquinas, mas isto, significa apenas que teria passado a indicar, no jargão dos especialistas e técnicos, um modo particular de funcionamento de certos engenhos, por analogia exterior e inconsequente com o trabalho do cérebro humano, assim como se diz, sem maior responsabilidade que um automóvel “anda” com tal velocidade, embora não possua pernas. [...]. Os chamados "cérebros eletrônicos" são apenas eletrônicos. O cérebro está em outro lugar, na cabeça dos inventores e construtores.
Neste contexto, a Inteligência artificial mesmo sendo capaz de dominar, continua sob as mãos humanas. No campo da educação, a introdução do IA nas práticas educacionais seguem percorrendo gradualmente, devido às perspectivas de uma substituição de docentes por máquinas, por consequência, a inteligência artificial não impulsiona exponencialmente como ferramenta de ensino.
Percebe-se nos meios educacionais uma resistência para acionar aplicações da inteligência artificial, essa rigidez surge da ausência de investimentos e políticas públicas envolvidas, os profissionais da área também são resistentes. Fava (2018, p 12.) afirma que " A metamorfose é inelutável. É preciso adaptar-se, civilizar, domesticar as invenções impelidas pela inteligência artificial, por meio de uma aceitação e uma adotabilidade precavida", visto a educação como um agente construtor do futuro, é necessário incluir a inteligência artificial no processo de ensino, como uma ferramenta de contribuição.
Fava (2018, p 144) faz uma opinião em referência aos profissionais que são contra a um novo método educacional:
Os currículos atuais, em sua maioria, são construídos por especialistas com opiniões tendenciosas, previsíveis, almas ideológicas, pois desejam a manutenção dos padrões tradicionais e a preservação dos benefícios adquiridos. Em outros cenários, são leais às suas teses de estudos, tendo dificuldades de descartar partes de todo o tecido do conhecimento de seu campo, mesmo que estes já se encontrem desatualizados.
Na educação nacional, políticas públicas inclinam-se devagar para incluir sistemas inteligentes, como é exposto no Decreto 9.057/2017, no qual a utilização de uma base de dados variada e instrutores remotos é proposta para ajudar professores nas instituições do país. No Brasil, o modelo padrão de aula do século XIX segue, em que discentes localizam-se em frente aos docentes nas salas de aula, o conteúdo é transferido e as perspectivas de mudança permanecem mínimas.
Para Costa (2016) a formação de educadores necessita transitar, entre: Educação, Trabalho e Sociedade. Segundo essa autora:
A (re)contrução dos saberes docentes é determinante na constituição da profissão professor, que se tece numa rede, que se desenha, a partir das crenças e ideologias referentes à sua concepção de mundo, sociedade, trabalho e educação, bem como do que se acredita ser função social da docência.
Portanto, para a transformação da educação, por meio da ciência utilizando os sistemas inteligentes é de suma relevância vínculo entre profissionais da educação e a tecnologia, para se comunicar com os alunos. Elizabeth Pinto, Ribeiro e Silveira (2005 apud Pinto, p.43):
[...] a postura do professor é um diferencial na tecnologia desenvolvida. Para tanto, é importante conhecer a IA, pois o desconhecimento pode ser "um instrumento para silenciar as manifestações da consciência política das massas, e muito particularmente das nações subdesenvolvidas".
Sendo assim, percebe-se a necessidade de um modelo de ensino tecnológico, baseado em Inteligência artificial como apoio para facilitar a didática do docente e discente, proporcionando interatividade com o objetivo de alterações de acordo com o tempo. Um modelo atualizado, que permita ao indivíduo novos espaços para autonomia, criatividade, no qual a Inteligência Artificial abranja a educação com uma nova perspectiva. Assim expõe Glasser (2001 apud QUINTAS, p. 32): “[...] a boa educação é aquela em que o professor pede para que seus alunos pensem e se dediquem a promover um diálogo para promover a compreensão e o crescimento dos estudantes”.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 9.057 de 25 de maio de 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Planalto, Brasília-DF, 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil03/_ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm> Acesso em: 11 de maio.2022
FAVA, Rui. Trabalho Educação e Inteligência Artificial: a era do indivíduo versátil. Porto Alegre: Editora Penso, 2018
PINTO, Elizabeth Maria; RIBEIRO, Giuliano Richards; SILVEIRA, Antônio Claudio Jorge da. Inteligência artificial na educação profissional técnica de nível médio: desafios da prática docente em escola pública. In: COSTA, Maria Adélia da (org.). Educação Profissional. Goiânia: Espaço Acadêmico, 2018.
QUINTAS, M. J. M. Aprendizagem colaborativa da eletricidade com ensino interativo. 2017. 424f. Tese (Doutorado em Ensino e Divulgação das Ciências) - Universidade do Porto, Porto, 2017. Disponível em: <https://sigarra.up.pt/fcup/pt/pub_geral.show_file?pi_doc_id=97143>. Acesso em: 11 de maio.2022
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